Esperávamos há vinte e quatro anos por uma visita do Presidente da República Italiana ao Brasil. O Presidente do Brasil havia simpaticamente repreendido seu homólogo italiano Mattarella em seu recente encontro em Roma: “Não é possível que um Presidente italiano não venha há tanto tempo ao país onde vive a maior comunidade italiana fora da Itália”. E, de fato, em Brasília, diante dos jornalistas, Lula concluía satisfeito seu raciocínio: “Caro Presidente Mattarella, a maior comunidade italiana do mundo vive aqui - disse o Presidente do Brasil - na verdade, o Brasil é o maior território italiano fora da Itália!”

Essas duas declarações expressam claramente o grande sentido dessa visita histórica; o Brasil pede à Itália que seja reconhecido e valorizado pelo que é, objetivamente: o maior país “italiano” fora da Itália! Uma conscientização que nem sempre esteve presente nas instituições italianas, e por isso a visita da maior autoridade italiana no Brasil foi um acontecimento tão importante. Uma visita inédita, porque raramente uma visita de Estado de um Presidente da República se estende por uma semana inteira, tocando cinco diferentes Estados desse país. Um recorde, portanto, ou melhor, um sinal político muito claro e evidente. Um sinal ao qual se seguiram palavras de grande reconhecimento pronunciadas pelo Presidente Mattarella: “As relações de amizade que mantemos com o Brasil representam um patrimônio compartilhado, alimentado pela contribuição de mais de oitocentos mil italianos residentes aqui e pela maior comunidade mundial de descendentes de italianos. Eles desempenharam um papel ativo na construção do Brasil de hoje, seu desenvolvimento e sua prosperidade”.

Um reconhecimento, portanto, não apenas da dimensão dessa comunidade, mas sobretudo do papel de destaque que os italianos tiveram na história e no desenvolvimento social e econômico do Brasil. Uma verdadeira epopeia, a imigração italiana no Brasil, da qual este ano celebramos os 150 anos.

“Somos gratos ao Parlamento brasileiro – disse Mattarella – por ter instituído a data de 21 de fevereiro como ‘Dia do Imigrante Italiano’, em memória do desembarque em Vitória, em 1874, de uma centena de italianos que partiram de Gênova a bordo do vapor ‘La Sofia’. Eles traziam poucos bens, mas eram movidos pela aspiração de querer participar da empreitada de moldar um país, dispostos a se integrar, e traziam a determinação de alcançar, com seu trabalho, uma vida melhor”...  Saiba Mais > > >